4 de agosto de 2014

Quase certeza – vamos a luta.

Com 15 semanas, fomos fazer a primeira ultra morfológica. Eu nem dormi na noite anterior, ansiosa com o que poderia aparecer no exame. De cara, apareceu: sugestão de higroma cístico. Não sabia o que era mas a médica nos informou que seria uma indicação de alguma síndrome. Pra completar, minha placenta estava baixa, o que me fazia sangrar diariamente. Por fim, ela me deu a notícia que eu mais queria ouvir: era uma menina. Disse ainda que achava possível ser síndrome de turner.

Três semanas depois, fiz uma ultra pra ver a placenta, eu ainda sangrava. O médico  foi rápido e direto: a prega nucal é aumentada, apresenta hipoplasia nasal (não conseguia medir o osso nasal). A placenta ainda estava baixa.
Ok. Minha menina tinha indicações demais de que tinha de fato alguma síndrome.
Uma noite, mesmo sem ter certeza, eu tive certeza. Vi uma cena no aeroporto que foi meu sinal. Uma mãe que aparentava 40 e poucos anos, com dois filhos quase adultos, o marido e uma menina de uns 5 anos, que tem down. Eles sentaram do meu lado na lanchonete. A menina era fofa demais, pedia batata frita e sorvete. Todo mundo da família paparicava ela, no maior amor.
Naquele momento, senti a necessidade de saber tudo sobre síndrome de  down. Foi meu estalo. Vendo aquela família, senti que eu fazia parte daquilo, daquela cena que estava assistindo.
Ao voltar de viagem, comecei a contar pra família, pros amigos mais chegados, da possibilidade dela ter alguma síndrome. As reações ficam pra um outro post. Entrei numa busca por informações, blogs de pais, sites com informações sobre o que esperar, como é, o que significa, o que fazer. Busquei informações sobre down e turner mas minha intuição me fazia buscar mais informações sobre down.
Cada vez que eu buscava, rolava chororô de emoção. Entrei num mundo cheio de amor e dedicação. Tantas histórias lindas de superação, tantas mensagens positivas. A cada dia eu ficava mais segura, mais tranquila. Sim, quem tem síndrome de down pode ser bem mais independente do que eu pensava... Sim, vamos passar algumas dificuldades mas hoje temos muitos meios de lidar com cada uma delas. Comecei uma verdadeira pesquisa sobre características e comportamento de quem tem down. Muita coisa era completamente diferente do que eu achava que sabia. Eu não sabia era de nada... sobre esse universo cheio de amor entre pais e filhos.

Quando percebi, o assunto passou a ser natural pra mim. Em nada, nada, nada, me causava dor, frustração... mas isso só aconteceu conforme eu ia entrando nesse mundo de informações. Eu falava com todo mundo como se tivesse certeza de que ela tinha down. Meu coração de mãe me dava essa certeza.




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